DÉCIMO OITAVO DIA - CAPRI
O dia surgiu com jeito de chuva. O único dia sem sol durante toda a viagem. Logo no dia de conhecer a ilha de Capri?
Saímos rumo a Nápoles. O céu nublado mostrava, vez ou outra, alguns raios de sol.
Saímos rumo a Nápoles. O céu nublado mostrava, vez ou outra, alguns raios de sol.
Caiu uma pancada de chuva antes de embarcarmos para Capri. A guia fez prece popular para um santo, da região onde ela nasceu, pedindo que a chuva parasse. E o chuvisqueiro parou mesmo.
Avistar e fotografar o vulcão Vesúvio são um desafio. Consegui fazê-lo com o céu limpo e depois com uma nuvem centrada no topo do gigante adormecido. Ficaram excelentes.
O vento estava solto a toda velocidade. Tínhamos que ficar sentados no convés porque em pé era impossível ficar. Isso não impediu muitas risadas e muitas fotos.
A ilha de Capri, situada no mar Tirreno, é conhecida pelo seu charme e beleza naturais, e conta com dois municípios – Capri e Anacapri – e dois portos – Marina Piccola e Marina Grande.
Esta ilhota, que já foi um pacato reduto de pescadores e agricultores italianos, hoje, chega a receber cerca de dois milhões de visitantes por ano. No século XIX, encantados com a beleza e os atrativos de Capri, ingleses e alemães provocaram uma reviravolta na vida dos habitantes – os pescadores passaram a alugar os seus barcos para passeios e os agricultores transformaram as propriedades em pequenos hotéis. Capri sempre exerceu um grande fascínio entre os nativos.
A ilha terá sido descoberta pelos romanos em 29 a. C., quando Augusto, o primeiro imperador romano, voltava de uma campanha militar do Oriente e foi amor à primeira vista. Assim, partiu dele a ordem de edificar diversas villas, as típicas construções do Mediterrâneo, entre elas, a sua residência de verão.
O seu sucessor, Tibério, chegou a governar o império romano da Villa Imperial e ergueu 12 mansões em Capri. Da maior delas, a Villa Jovis, restaram apenas ruínas, que, ainda hoje, podem ser visitadas. Porém, o requinte e o bom gosto permanecem. Um cheiro delicioso domina as ruas, isto porque a ilha abriga a mais de 600 anos duas fábricas de perfumes que aproveitam as flores típicas, o limão e a laranja para extrair as suas essências.
Nas suas vielas, além do aroma, há uma profusão de boutiques de marcas internacionais, lojas, ateliers, galerias, mercados de fruta e muita gente chique por ali a passear.
Mas este movimento não se verifica só em terra firme. Lanchas, iates e transatlânticos rodeiam a ilha ou congestionam a Marina Grande.
Graças à sua formação calcária, Capri está repleta de grutas.
Chegamos e rapidamente já nos dirigimos para as lanchas na Marina Grande, que nos levariam ao passeio em torno da Ilha.
A estátua de bronze de Odisseu está sobre uma das rochas. Diz a lenda que Sirenas habitavam os rochedos entre a Ilha de Capri e a costa da Itália. Cantavam com tanta doçura que atraiam os tripulantes dos navios que passavam por ali para que os navios colidissem com os rochedos e afundassem. Odisseu, personagem da Odisseia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos e amarrou-se ao mastro de seu navio. Ao chegar na ilha ficou preso em um rochedo, tentando avisaras embarcações que passavam acenando continuamente. Em sua homenagem foi colocada a estatua representando o aviso contra as Sirenas. Dizem que se deve acenar para ele como se tivesse entendido o recado e, assim, um dia poder voltar à Ilha.
D E S L U M B R A N T E como todas as letras! Que passeio fascinante!
Entre as rochas a beleza se derrama e chega à cor verde esmeralda e azul celeste do mar.
Chegamos com a lancha bem perto das Furnas onde a cor do mar é indizível.
Mais adiante se avistam os Faraglioni de Capri, que são os três picos de rochas que saem do mar a poucos metros da costa. Cada um tem um nome: o primeiro, unido a terra, chama-se Stella; o segundo, separado do primeiro por um pedaço de mar, Faraglione di Mezzo; e o terceiro, Faraglione di Fuori ou Scopolo. Sobre o Scopolo vive a famosa Lagarta Azul dos Faraglioni, a Podarcis Sicula Coerulea, e é o único lugar do Mundo onde se pode encontrá-la. Dizem que ela ficou azul para se camuflar com o mar e com o céu. Os Faraglioni têm cerca de 100 metros de altura, sendo que o Fariglione di Mezzo abre-se num arco.
Passamos pelo Fariglione di Mezzo com direito a fotos e muitos gritos, pois as guias disseram que a tradiçao pede que se gritem: VIVAS! Fomos obedientes e seguimos o ritual.
Depois desse passeio maravilhoso, desembarcamos para subir em micro-ônibus que nos levariam a Anacapri para o almoço.
O que não nos disseram sobre o trajeto era que a estrada íngreme e estreitíssima, cheia de curvas perigosas, em alta velocidade, tipo aventura de Indiana Jones, nos proporcionaria grandes emoções!
Anacapri é a segunda cidade da Ilha com seu labirinto de ruas estreitas com muitas flores e casas ajardinadas.
Nosso almoço foi delicioso e festejávamos o sucesso da nossa jornada.
Voltamos pouco depois para a Marina Grande porque nosso barco estava previamente agendado com horário marcado.
Na descida mais fotos e vídeos de um lugar onde mora a beleza!
Na descida mais fotos e vídeos de um lugar onde mora a beleza!
Dois barcos estavam atracados no porto. Houve uma pequena confusão de números sobre em qual dos barcos deveríamos embarcar e em que píer estava atracado o nosso. Consegui agrupar comigo alguns dos companheiros de viagem e acabamos por embarcar separados dos outros, sem intenção, por culpa do atropelo da quantidade de gente que embarcava. Era o último horário.
Correu tudo bem e nos encontramos no porto de Nápoles, sãos e salvos. Os guias respiraram aliviados ao fazer a contagem dos passageiros e agradeceram a minha presteza em auxiliar no embarque.
“A lo mejor”, meus olhos se extasiaram com a beleza de Capri. Foi um dia memorável e inesquecível. Essa viagem está me oportunizando intensos momentos especiais, dias de sol e luz, deslumbramentos constantes.
De volta a Roma para o repouso merecido.
Amanhã seguirei para Lisboa, Portugal para encerrar com chave de ouro a viagem dos meus sonhos. A todos que tornaram possível essa aventura, os que ainda vejo e os que não vejo mais, agradeço com o melhor de mim. E que saibam que estiveram presentes em meus pensamentos durante cada minuto.
Amanhã seguirei para Lisboa, Portugal para encerrar com chave de ouro a viagem dos meus sonhos. A todos que tornaram possível essa aventura, os que ainda vejo e os que não vejo mais, agradeço com o melhor de mim. E que saibam que estiveram presentes em meus pensamentos durante cada minuto.
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