sexta-feira, 22 de julho de 2016

ROMA (XI), ITÁLIA_EUROPA

DÉCIMO SÉTIMO DIA - Parte VI - BASÍLICA DE SÃO PEDRO _ ROMA XI

Entrei na Basílica de São Pedro, sabendo de antemão que viveria uma torrente de emoções. Dito e feito!
Logo na entrada, à direita, postada estava a Pietá de Michelangelo! Essa escultura, a meu ver, a obra prima de Michelangelo, retrata um momento expressivo, íntimo, doloroso e ao mesmo tempo, magnifico. Tenho minha vida muito misturada a essa obra de arte. Meu pai relatou-me sua primeira visita à Basílica. Disse que se eu nalgum dia tivesse oportunidade de ver a Pietá, que prestasse muita atenção nos detalhes das veias esculpidas no mármore por onde se tinha a nítida impressão de que o sangue ainda corria por elas no Jesus morto e que parecia que Maria respirava entre soluços. Pura verdade!
A Pietá é um tema recorrente na arte sacra em que Maria lamenta sobre o corpo de Cristo. Nenhuma, entretanto, se compara à de Michelangelo, esculpida em mármore, entre 1498 e 1499, quando o escultor tinha apenas vinte e poucos anos. A grandeza desta obra prima não pode ser explicada, apenas sentida. Maria contempla em seus braços o corpo sem vida e intencionalmente reduzido de Jesus. Michelangelo quebra as regras de proporção para dar maior expressividade a sua obra.
Outro fato vivenciado por meu pai, que em todas as suas idas a Roma, visitava a Basílica, foi o do lamentável episódio em que uma pessoa atacou a imagem com um martelo e destruiu parte dela, em 1972. Meu pai havia acabado de sair da Basílica. Pessoas começaram a gritar e chorar em desespero: PIETÁ! PIETÁ! Meu pai tentou retornar para ver o que tinha ocorrido, porém, a polícia já tinha cercado o local e impedia qualquer aproximação. Ele ficou desolado com o vandalismo, assim como toda a humanidade.
Por fim, a Pietá me faz experimentar o meu momento de entrega. Por mais que eu queira evitar, identifico-me com Maria e Seu Filho recebido nos braços após Sua Morte. A expressividade desse momento fala comigo como se Michelangelo soubesse o que uma mãe sente ao acalentar seu filho morto. Forte! Muito forte! A arte explica e a FÉ justifica!
Na primeira capela da nave direita encontra-se a famosa Pietà de Michelangelo. Uma obra de arte universal que o artista realizou quando era muito jovem, esculpindo-a a partir de um único bloco de mármore de Carrara. Hoje a obra é protegida por uma parede de vidro à prova de balas, que se tornou necessária após o ataque de vandalismo de 1972.
Ainda com os olhos marejados de lágrimas adentrei pela imensa Basílica. Fascinada com a beleza de tudo. Desde a cúpula majestosa até os altares laterais.

A Basílica de São Pedro é a maior igreja do cristianismo no mundo, de fato, há dimensões imensas: 186 metros de comprimento, a nave central mede 46 metros, a cúpula principal tem 136 metros de altura com um diâmetro de 42.
A enorme fachada tem 114 metros de largura e 47 de altura, e todo o interior há uma área de 22.000 metros quadrados e pode conter vinte mil pessoas. Possui 45 altares, 11 capelas e algumas das mais importantes obras de arte do mundo.
A primeira basílica, foi construída pelo imperador Constantino em 320 d.C, no ponto em que surgia o Circo de Nero, o mesmo lugar onde São Pedro teria sido crucificado e enterrado.
Por volta de meados de 1400, o Papa Nicolau V ordenou sua reestruturação, mas foi o Papa Júlio II que encomendou realmente o primeiro trabalho, dando em mãos a Bramante que em 1506 demoliu a antiga basílica projetando uma nova com um plano de cruz grega.
Mas quando o papa e o arquiteto morreram, tinham sido realizados apenas os pilares centrais, e a pegar o lugar de Bramante para continuar os trabalhos, foi Raffaello Sanzio, aconselhado por Frà Giocondo e Giuliano da Sangallo, experientes arquitetos que mudaram o projeto para cruz latina.
Após Rafaello Sanzio, passaram ao comando da construção primeiro Baldassarre Peruzzi e, em seguida, Michelangelo, que optou pelo retorno à cruz grega.
Com a morte de todos os artistas anteriores, Papa Paulo V instituiu a “planta em cruz latina”, que foi realizada por Maderno, que também estava no comando da fachada como a vemos hoje.
A história para chegar à conclusão de como seria construída a basílica foi meio conturbada, mas valeu a pena, porque o resultado é espetacular!
Os artistas que participaram da realização da igreja aos longos dos mais de 100 anos foram: Bramante, Raffaello, Antonio da Sangallo, Michelangelo, Giacomo della Porta, Maderno e Bernini.
A Basílica de São Pedro foi consagrada em 1626. A maior parte de sua decoração interna foi criada por Bernini, que trabalhou na igreja durante vinte anos, ajudando também na construção da linda Praça de São Pedro (1656-1667) com sua fantástica colunata.
Dentro da igreja se conserva uma quantidade de obras-primas indescritíveis incluindo Pietà de Michelangelo, o Baldaquino de São Pedro, a estátua de bronze de São Pedro, o túmulo de Leone XI, o monumento a Pio VII, o túmulo de Alessandro VII, as Grutas do Vaticano nos níveis inferiores (onde está o túmulo de Paulo II), as Salas Octogonais, os Órgãos e muitas outras estátuas em mármore de santos e pessoas ilustres.

Cruzando a maravilhosa nave central, chega-se ao Baldaquino de São Pedro, estrutura arquitetônica monumental, construída por Bernini no século XVII ao interno do altar principal, para marcar o lugar onde estava o túmulo de São Pedro. O bronze usado para as quatro colunas do baldaquino foi retirado do Panthéon.
A fachada da basílica, construída por Carlo Maderno em 1607-1614, é precedida por uma escada com três lances realizada por Gian Lorenzo Bernini ladeado por estátuas colossais de São Paulo e São Pedro.
Uma série de colunas suporta a cornija sobre a qual está gravado o nome do Papa Paulo V, enquanto embaixo encontra-se o pórtico central com duas arcadas nas extremidades no qual tem nove balcões. A partir daquele central, o maior, chamado “Loggia das Benções”, o Papa aparece aos fiéis reunidos na praça.
No topo da grande cobertura, existem 13 estátuas do Redentor, de Batista e dos apóstolos (com exceção de São Pedro), e os dois grandes relógios nas extremidades.
No pórtico, que consiste em cinco entradas, a direita está a estátua equestre de Constantino, e a esquerda a estátua equestre de Carlos Magno. A famosa Porta Santa, no entanto, que é aberta apenas nos anos jubilares, é a última à direita e está decorada com cenas do Antigo e do Novo Testamento.
Com mais de 133 metros de altura, 41,50 de diâmetro e 551 degraus, a cúpula é o emblema da basílica e um dos símbolos de Roma.
Projetada por Michelangelo Buonarroti no final de 1546, sob o pontificado de Papa III Farnese, foi construída por Giacomo Della Porta, que seguindo os desenhos de Michelangelo, completou os trabalhos em apenas dois anos, com a ajuda de mais de 800 homens.
Posteriormente, durante o pontificado de Clemente VIII, foi completada a construção da lanterna (a abertura que leva luz ao interno da igreja) e a cúpula foi coberta com folhas de chumbo. Em 18 de novembro de 1593 foi colocada na cúspide da lanterna a grande esfera encimada por uma cruz, obra de Sebastiano Torrigiani.
Muitas fotos com a estátua em bronze de São Pedro e junto à urna de cristal onde repousa o Papa João XXIII intacto.

Em 2001, o cadáver de João XXIII foi transferido do subterrâneo para ser definitivamente exposto ao público no interior da Basílica de São Pedro, mais concretamente numa capela lateral próxima do altar de São Jerônimo. Atualmente, ele está dentro de um caixão de bronze e vidro, à prova de balas e de radiação ultravioleta. Uma vez exposto, as pessoas constataram rapidamente o surpreendente grau de preservação do corpo de João XXIII, que não apresentou nenhum sinal de decomposição ou deformação.
Mas, o seu cadáver intacto não é considerado um corpo incorrupto, porque a sua preservação não foi devido a um milagre. Segundo o professor Gennaro Goglia, a causa da sua preservação foi o tratamento especial levado a cabo secretamente por ele antes do funeral de João XXIII. Ele esclareceu que este tratamento não foi uma embalsamação, pelo menos no sentido clássico, e consistiu na aplicação de um líquido especial, que preencheu todos os capilares e eliminou todas as bactérias locais que estavam junto dos tecidos internos destruídos pelo cancro. Mas, esta tese ainda não foi totalmente comprovada e também não é a única, existindo ainda várias outras teses e explicações científicas para serem debatidas e provadas.
A célebre foto junto a um dos guardas suíços do Vaticano foi imprescindível, na saída.

E o meu pé direito sobre o círculo Centro Dei Colonnato, também ficou registrado numa foto.

E com alguns companheiros de viagem

Uma pausa para repor energias com um bom cappuccino, um descanso num dos bancos, a compra de mais souvenirs e de um livro sobre o Vaticano, antes de nos encaminharmos para o estacionamento onde nos aguardava o ônibus.
Um fato pitoresco e muito oportuno aconteceu em nossa caminhada rumo ao ônibus: dois cantores e gaiteiros se misturaram ao nosso grupo, cantando, tocando e dançando junto conosco. Alegria romana num dia especial!
Tarde com tempo livre foi aproveitada por parte do grupo. Éramos seis turistas soltos em Roma...a seguir

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