quinta-feira, 14 de julho de 2016

ROMA (III), ITÁLIA_EUROPA

DÉCIMO SEXTO DIA - Parte IV - ROMA, ITÁLIA

Do Coliseu, seguimos caminhando até a Basílica de São Pedro Acorrentado (San Pietro in Vincoli). Antes de ser executado o Apóstolo Pedro foi acorrentado e dentro de uma jaula foi exposto publicamente em Roma: fazia parte da sentença, a execração publica. As correntes que prenderam São Pedro estão dentro de um esquife dourado em exposição na Basílica, que é pequena e lindíssima. 

 
Na Basílica se encontra a estátua de Moisés, que é uma das principais obras do artista renascentista Michelangelo. Conta-se que após terminar de esculpir a estatua de Moisés, Michelangelo passou por um momento de alucinação diante da beleza da escultura. Bateu com um martelo na estátua e começou a gritar: “por que não falas?” (Em italiano; Per chê non par li?).
 
 
De volta ao ônibus continuamos nosso passeio panorâmico: Basílica de São João Latrão, Piazza Del Popolo, Monumento Vittorio Emanuele até chegarmos à Piazza Navona.








A Piazza Navona é uma das mais famosas praças de Roma e da Itália. Foi construída em estilo monumental a mando do Papa Inocêncio X (Giovanni Battista Pamphili). A Piazza Navona nos tempos da Roma antiga era o Estádio de Domiciano, que foi construído pelo imperador Domiciano no ano 85. No século III foi restaurado por Alexandre Severo. Tinha um comprimento total de 276 metros por 106 de largura, com capacidade para 30.000 espectadores.

O estádio foi decorado com estátuas, uma das quais é a de Pasquino, agora na praça ao lado da Piazza Navona. O obelisco que está agora no centro da praça não estava lá, vem do circo Massenzio, que estava na Via Appia.

O nome da praça era originalmente "in Agone" (do grego, "agones" que significa "jogos"), pois o estádio era utilizado para o atletismo. Existe uma lenda de que a Piazza Navona teria sido usada para espetáculos de autênticas batalhas navais: é um mito que talvez tenha sido gerado pelo fato de que a praça era inundada propositalmente no auge do verão para aliviar o calor.

Entre 1810 e 1839 eram realizadas corridas de cavalos na praça. No entanto, estas aparentemente não tem relação com as famosas corridas de cavalos de raça da Via del Corso.
A Piazza Navona é de certo modo o orgulho da Roma barroca, com elementos arquitetônicos e esculturas de mestres como Gian Lorenzo Bernini (la Fontana dei Quattro Fiumi, entre outras obras), Francesco Borromini e Girolamo Rainaldi (Chiesa di Sant'Agnese in Agone, em frente a fonte de Bernini) e Pietro da Cortona (autor dos afrescos da galeria do Palazzo Pamphili). A lenda sugere que havia uma suposta rivalidade entre Bernini e Borromini. A praça tinha o propósito de celebrar a grandeza da família Pamphili.
Depois de ser eleito papa, Inocêncio X queria embelezar Piazza Navona, em honra de sua família. Foi assim que ele quis as duas fontes que já existem naquela época, e entre elas desejava colocar uma terceira. O projeto foi confiado a Bernini em 1651, que segundo a lenda foi premiado com a comissão enviando o papa um modelo completamente de prata, conquistando assim o seu rival Borromini. Então nasceu uma das mais belas fontes no mundo, uma obra-prima da arte barroca e pináculo de expressão artística de seu criador.
Bernini passou de um estudo geométrico muito preciso de Piazza Navona. De forma elíptica, sendo construída no estádio pré-existente de Domiciano, a praça tinha nas extremidades duas fontes. O artista queria inserir o seu trabalho, sem perturbar a harmonia dos espaços e para isso ele fez que todas as três fontes resultassem equidistante entre eles. O eixo da fonte em si é estudado em função do alinhamento do obelisco (do Circo de Massenzio) que a domina e qualquer pessoa com um pouco de familiaridade com a arquitetura pode perceber que estamos diante de um cuidadoso estudo de relações espaciais.
Considerando a precisão matemática com que foi concebida, a Fonte dos Quatro Rios só pode surpreendê-lo com sua leveza e harmonia. Dominam quatro estátuas enormes, representando o Danúbio com os braços erguidos, o Rio de la Plata com as moedas que simbolizam a riqueza das Américas, o Ganges com um remo e o Nilo com o rosto velado, porque naquela época não se sabia a origem. São representados em prática os principais rios do Velho e do Novo Mundo, um para cada um dos continentes conhecidos, daí o nome da fonte.
Pode-se dizer, no entanto, que o verdadeiro protagonista é a água que flui a partir de vários pontos, com o olhar de um elemento escultórico para outro. Um efeito, este, cuidadosamente criado pelo escultor, que queria que todos que caminhamos ao redor da fonte, ficam surpresos agora com o leão que ameaça, agora do cavalo que chuta.
Uma lenda, muito popular até hoje, está ligada à rivalidade entre Bernini e outro grande mestre do barroco, Borromini. Acredita-se que a estátua do Rio da Plata tem o braço erguido por medo de um colapso da igreja de Santa Inês em Agonia (opera de Borromini) e que, em resposta, a estátua de Santa sobre a fachada da Igreja, na base da torre do sino direito, segura a mão em seu peito para garantir que, por sua fé, a igreja não vai cair e que também a estátua do Nilo está com o rosto coberto para não ter que ver. São também passados pelos cronistas da época alguns exemplos do caráter lúdico de Bernini: o dia da inauguração da fonte, na presença do Papa Inocêncio X, depois de descobrir seu trabalho todos foram impressionados com a beleza das estátuas, mas a fonte não tinha água. Fingindo de não saber nada Bernini pegou parabéns de todos, incluindo o Papa, que não fez nenhuma menção da falta de agua para não o humilhar e, quando ele estava fazendo girar a procissão papal para ir embora, um cúmplice do grande escultor abriu a alavanca e finalmente as águas jorraram, com grande admiração e satisfação de todos.
A Piazza Navona tem ainda duas outras fontes: la Fontana del Moro, esculpida por Giacomo della Porta e retocada por Bernini, e a Fontana del Nettuno (Fonte do originalmente Calderari), obra de Gregory Zappala e Antonio Della Bitta.
A praça abriga um mercado que ao longo do tempo tornou-se tradicional para a cidade.
Depois da guerra, muitos pintores e designers começaram a ir para a praça, armando cavaletes improvisados ​​para pintar, expor e vender seus trabalhos. Nos últimos tempos a praça tornou-se um ponto de encontro e de performances de artistas de rua.














Fontana del Moro
 

Edifícios que circundam a Praça Navona: Palazzo Braschi - do final do século XVIII. Fica no local do palácio construído por Francesco Orsini, prefeito de Roma no ano 400. Palazzo Lancellotti - construído em torno de 1552 por Pirro Ligorio. Palazzo Pamphili - construído entre 1644 e 1650 por Girolamo Rainaldi. Palazzo Tuccimei (antes chamado de Cupis Ornani) - construído na segunda metade do século XVI.


 
 Resolvi provar o famoso doce típico da culinária italiana: o Tiramisú, preparado à base de mascarpone (um tipo de queijo cremoso doce), chocolate em pó, ovos e café, algo pra “comer de joelhos”.
Sentada num dos bancos que circundam a Praça deliciei-me com a iguaria e providenciei nas fotos para a posteridade. Aproveitei o cenário e me deleitei com as maravilhas que via.

Começou a entardecer num céu matizado de pinceladas róseas e azuis, riscos rosados em meio ao azul do dia. Partimos rumo ao hotel, passando pela Basílica de São Pedro e pelo prédio onde reside o Papa Francisco. Duas das muitas janelas estavam com luz acesa. Será que ele estaria num daqueles aposentos?

Roma proporciona emoções! Aliás, o dia foi pleno de sensações de resgate da história, resgate de um sonho, descoberta do belo que permanece. Roma CIDADE ETERNA!
Chegamos ao hotel Ergife Palace – Room 4333. 
O grupo se reuniu para jantar num restaurante próximo. A comida estava excelente e tivemos bons momentos juntos, comemorando a viagem prazerosa. Bom vinho e boa companhia.
O descanso merecido e desejado veio depois de cumprir o meu ritual* de todas as noites. Amanhã terei muito mais a descobrir.

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